quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Comunicado destinado a ninguém.

Vou ser curta e grossa, como de fato sou. Esse lance de ficar embromando e tentando escrever palavras que soassem bem, acabou. Por tempo indeterminado. Pelo seguinte motivo:

Então, durante esse tempo em que escrevi no blog, eu estive muito, mas muito apaixonada, o que me dava inspiração para sentar em frente ao computador e escrever - principalmente - sobre amor e sexo. Mas daí que a paixão passou, logo o sentimento romântico também acabou. Nem falarei sobre o sexo, porque isso sim foi - e sempre será - a maior perda. O fato é que hoje eu tive um diálogo libertador com uma certa pessoa e, nesse exato momento, fiquei com uma vontade louca de me expressar ainda mais. Como de praxe, esse blog é a minha fuga. Minha irmã e o "anônimo" - que sempre comenta os meus posts - me lembraram esses dias que eu criei esse bagulho. E aqui estou, novamente, para escrever as besteiras que eles não se cansam de ler.

Embora seja um caso interessante para ser colocado "no papel", não vou deliciá-los com detalhes sórdidos da minha fatídica e mal sucedida história de 'des'amor. O fato é que me abalou, digamos que, por uns dois segundos e depois eu vi que já estava perdendo muito tempo com essa palhaçada toda. Logo, escrever sobre isso aqui, seria mais perda de tempo ainda.

Tudo bem que eu andava escrevendo uns contos meio alheios, mas não é preciso ser muito esperto para entender que ali, eu estava criando uma ficção para uma personagem autobiográfica. Então não se espantem: eu sou moderadamente melancólica, altamente intensa e um pouquinho pervertida. E não tenho vergonha de ser assim. Não serei sempre alegre, sensata e recatada porque dessa forma serei aceita com mais facilidade. Se isso fosse algo que tivesse que ser corrigido, seria um problema porque eu já tenho 22, quase 23 anos de idade. Não tenho mais tempo e nem paciência para ajeitar os parafusos soltos. Compreenda-me se for capaz, porque eu mesma já desisti. Como a minha mãe vive cantando para mim...

"Eu sou assim.
Quem quiser gostar de mim,
eu sou assim."


Beijos e até breve, espero.



ps: e que esse 'breve' não esteja relacionado a assuntos sentimentais.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

whatever.

Na vitrola, um Jazz acelerado. A sala ainda cheira a sexo. Bebe um longo gole de cerveja importada, liga a televisão e observa o repórter jorrar palavras embaralhadas acerca das infintas tragédias humanas ao redor do mundo: guerras, desastres ambientais, homicídios, política, opressão, repressão, escravidão, leis, burocracia, injustiça, cinema nacional, etc.


- Pobre sociedade infame.


Ela sai do banheiro usando sua velha camisa de malha e senta ao seu lado, esticando as pernas e colocando-as em seu colo. Bebe da sua cerveja, acompanha a notícia por alguns segundos e comenta:


- Tem alguma coisa para comer?


- Tem. Na geladeira.


Então ela levanta e caminha em direção à cozinha deixando um leve rastro do seu doce perfume no ar.


- Estou faminta. Vou fazer algo para nós.


O mundo se despedaçando e ele naquele vazio de idéias e acontecimentos. Sua existência estava restrita a ser um ninguém em lugar nenhum, ao lado de sua bela companheira, que pouco lhe acrescentava.


Levantou-se e foi buscar mais uma garrafa de cerveja. Pegou e parou para observá-la cortando rodelas de tomate. A gola da blusa, cortada, deixava seu ombro à mostra. Aproximou-se, ajeitou delicadamente a blusa e lhe deu um beijo. Ela riu, bebeu mais um pouco da sua cerveja e voltou aos tomates. Volta ao sofá e pega o jornal para ler: crise econômica, corrupção, acidentes, futebol... O filme que ele quer assistir ainda está em cartaz:


- Dessa semana não passa - pensa, tentando se enganar.


Ele sempre adia. Filmes, projetos, trabalhos, viagens, amores. Fica sempre a esperança de que um dia será. Mas os dias nunca chegam e para ele, tanto faz. Ela volta, os dois comem ferozmente. No fim, louça para os lados, pernas para cima.
Ela era mais um a sentar naquele sofá, a abrir aquela geladeira e a mexer com seus sentimentos. Provavelmente não seria a última, estava longe de ser a última. Apesar da sua racionalidade, não entendia como e porque ela conseguia deixá-lo tão irracional e confuso. Não queria isso para si, mas não conseguia se desvencilhar daquele sentimento com a proximidade dela. Pensava se ela era A mulher, sua esposa, mãe dos seus filhos. Mas oras! Ele nunca pensou em construir um lar, uma família. Estava, então, verdadeiramente apaixonado.
Olhou para ela, que limpava os dentes com a língua:


- O mundo girando e a gente parado.


Sem entender, ela respondeu, tirando a sua velha camisa:


- Então que tal sentir o mundo parar enquanto a gente se movimenta?


- Eu te amo - pensou.


E não tardariam a sentir fome outra vez.

sábado, 17 de julho de 2010

Quartetos sem Fim - homenagem a Karen.

s14 não se esqueça
altura do Palazzo por favor
apesar dos problemas do Rio
Campinas ainda é um horror.

saltos descem a escada
choperia brazooka ou circo voador?
primeira vamos dar uma olhada
no samba na rua onde fica o fervor.

primeira lata de cerveja
mãos para o alto, um brinde à amizade
somos todos grandes amigos
em uma união desprovida de vaidade.

bonita e sensual
o que é dela, está em São Paulo
estou com medo, pois não tenho permissão
para falar o nome dele, seu homem, que se chama Saulo.

superaram as barreiras
agora eles têm história para contar
passaram uma borracha nos problemas
e resolveram, enfim, se casar.

pelo msn ela conta
os 'causos' tim tim por tim tim
vida a dois é complicada
mas não para uma história de amor sem fim.

dona de uma personalidade forte
você pode amar ou odiar
essa mulher se chama Karen, meu amigo
amiga como ela é difícil encontrar.

não sei escrever poema
isso está mais mais parece cordel ou coisa de repentista
as palavras são tantas e no escuro estou
que a claridade do monitor me faz doer a vista.

estou escrevendo isso
para massagear o seu ego leonino
agora me apresente alguém de campinas, mulher!
pode ser idoso, jovem ou até algum menino.

vou ficando por aqui
as rimas estão começando a desandar
voltando no 398 bêbada, da lapa
bangu está chegando, acorde a menina, ELA PRECISA DESEMBARCAR!

domingo, 4 de julho de 2010

Tenha dó de mim,

pobre coração que agora só quer saber de amar. Durante anos eu fugi e me escondi desse sentimento. Que grande erro! Melhor seria se eu tivesse permitido que ele entrasse de maneira mais natural na minha vida. Porém eu me enganei e, no susto eu já estava lá derretida e caída aos pés do meu primeiro amor. Passou e depois veio outro e agora, mais outro. Assim não há ser humano que aguente. Saudades dos príncipios da minha adolescência, onde eu acreditava que amor era o sentimento que sentia apenas pelos meus pais e minha irmã, que nenhuma outra pessoa sem vínculo sanguíneo despertaria isso em mim. Agora estou aqui malfadada e condenada a essa coisa, que não tem forma, que não se vê, mas se sente, que machuca. Não quero ser intensa, não acredito que exista ninguém merecedor do meu amor e da minha entrega, mas por que cargas d'água eu me sinto mais viva assim? O que há de tão fascinante nessa algema imaginária que me prende à outra pessoa? Por que não há uma razão ou lógica que prevaleça e me preserve de tanta angústia? Eu sou apenas destroços de amores que não pude viver, seja pela minha vontade ou pela vontade dos outros. Aliás, esse é o meu grande problema: amores inconciliáveis. Alguém concebe a idéia de se apaixonar pelo seu ex, que você desprezou há quatro anos atrás? É o que eu mais temo, me desespero só em cogitar a hipótese. Mas eu estou com mania de amar, não tenho como evitar. Se não for ele, será outro. Um maldito círculo vicioso. A roda da vida, o motor que me mantém ligada. A eterna espera. Pobres poetas românticos que se suicidaram quando descobriram que o amor não é composto apenas de ternura. Hoje em dia, não existiria o trágico fim de Romeu e Julieta. Shakespeare faria deles amantes. E pobre do Noel Rosa que chorou ao ler a carta da Dama do Cabaré, onde ela dizia que "quem é da boemia usa e abusa da diplomacia, mas não gosta de ninguém". O amor é boêmio, malandro e enganador. No fundo, efêmero. Etta James cantou que preferia ficar cega a ver o seu homem ir embora. Goya se isolou e entrou em sua fase negra ao perder o seu grande amor. Histórias de amor bem sucedidas são poucas. Amy Winehouse morrereia por ele e hoje quer apagar seu nome tatuado no lado esquerdo do peito. Piaf disse que o amor é 'uma triste maravilha'. Por Arlindo Cruz, Maria Rita se questiona por que recebe menos quem mais tem para dar? Por que é que tem que ser assim? Nelson Cavaquinho disse que o sol não pode viver perto da Lua. Pobre Carlitos que sempre sofria pela mocinha nos filme de Chaplin. “Mas o amor não existe para fazer a gente feliz?", perguntou Charlie Brown, vulgo Minduim. Raulzito gritava que quando jurou o seu amor, traiu a si mesmo e ainda afirmou que ninguém nesse mundo é feliz tendo amado uma vez.
O amor é um sentimento universal. É contraditório. É a esperança. Lágrimas escorrendo pelo rosto. Deveria ser obrigatório na passagem de cada um pela Terra, porque é algo um não pode falar pelo outro. É peculiar, pessoal e intransferível. É simplesmente Amor, responsável pelas maiores alegrias e tristezas. Que te faz sentir vivo e morto. Que não sei explicar, então o que me resta é a lamentar. Tenho fé em Paulinho da Viola, que sussurra todos os dias no meu ouvido através do fone do mp3:
"Meu coração tem mania de amor
Amor não é fácil de achar
A marca dos meus desenganos
Ficou, ficou
Só um amor pode apagar"

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Em tempos de felicidade...

... tudo é tão lindo, o céu fica mais azul, os pássaros pousam sobre as janelas e nos enfeitiçam com os seus belos cantos, o ar fica mais puro, o céu parece ficar mais estrelado, a lua ilumina mais a Terra. É quando colocamos a cabeça no travesseiro, para dormir, e ficamos horas olhando fixo para o teto, pensando em como é bom não ter nada para pensar, até perceber que não consegue dormir, que você não quer dormir, desejando que o tempo congele naquele instante. É se dar conta de que está com um discreto sorriso de contentamento no rosto, por motivo algum. Ver o mundo colorido, enxergá-lo sob perspectivas mais otimistas. Sentir-se membro do universo, saber que é humano, fisíco, palpável, com idéias e pensamentos, o que faz de si um ser dotado de sabedoria e inteligência, independente da sua sua escolaridade, porque você vive, presencia, você simplesmente É. é Ter perspicácia a ponto de errar e saber que certas coisas são contornáveis. Aliás, é essa sagacidade que nos leva a esse momento de transe, de visão utópica.
Mas... Até quando isso é bom?
E quando os dedos dos pés tocam levemente o chão, nos despertando desse sonho? Os problemas reaparecem, você se sente diminuído, que não acrescenta em nada e sente que está no mundo a passeio? Oh! mas convenhamos! Ser realista não é nada mau! Há quem se leve a sério demais. A aflição, a solidão e a tristeza também constituem um homem. Também faz com que sejamos reais e seres do mundo. Uma lágrima de tristeza está para um sorriso de felicidade. É Emoção. O sentimento mais controverso da natureza humana. A vida gira em torno dessa dualidade e - por que não - dessa nuance existente entre os que se opõem: alegria e tristeza, amor e ódio, consolação e desolação, preto e branco, pop e o rock, etc. É existir e não ter medo de Sentir. Se permitir e não se enganar. Acreditar nos seus ideais e ter noção dos obstáculos e restrições; ter ilusão e saber da improbabilidade. Sentir-se vazio em um ambiente intelectualmente abundante. Saber que às vezes não poderá fazer nada, porque para a maioria das coisas somos inúteis. Ver e não poder fazer, ter e não poder dar. Tudo nos legitima, nos faz ser o que somos.
Essa busca incessante das pessoas de se firmarem como algo ou alguém, de se personificarem, criam estereótipos, seres rasos, superficiais. É preciso dar vazão, se expôr, se isolar e se libertar.
É saber ser, saber refletir, saber existir, saber deixar fluir. Talvez o verbo Saber seja a grande questão. É só Saber cultivá-lo.

sábado, 12 de junho de 2010

O que diria Platão?

Vou falar baixinho porque é segredo. Essa semana esbarrei com ele pelo corredor da faculdade. Meu Deus, desculpe a heresia em invocá-lo nesse momento, mas como ele é sensual! Meu corpo todo gela quando os nossos olhares se cruzam e, ao mesmo tempo, eu me sinto como um vulcão entrando em erupção. Ele iluminou o meu dia, tirou o tom sépia que embaçava a visão, colocou nuvens sob os meus pés, para que eu me sentisse no céu. Pobre coração que não é nada sem ele. Só bate forte quando ele está por perto.
Quando ele passa, eu desejo que o seu perfume fique impregnado na minha roupa, para que eu possa sentir aquele aroma doce durante todo o meu dia. Quando ele passa, tudo silencia e a única coisa que ouço é a minha respiração ofegante, reflexo do meu desejo de ser notada. Quando ele passa, aquele instante se torna único e eu tiro uma foto com os olhos, para que eu não esqueça o tom do jeans que ele estava usando, as listras verticais da sua camisa social e a armação retangular dos seus óculos de grau.
Suas mechas brancas contradizem com seu belo corte jovial e seu alegre jeito de andar pouco lembra aquele homem reservado e calado, sempre isolado pelos cantos. A sua mão é inquieta, seja coçando o cabelo, seja batendo os dedos na parede enquanto caminha. Ele é observador, embora muitas vezes se encontre com olhos fixos em alguma coisa. Esse jeito incoerente dele de ser, me deixa ainda mais instigada. Ele é um mistério, como a existência de Deus, como a cura da AIDS, como a ida do homem à Lua. Ele é um pesquisador de Artes e eu sou pesquisadora do seu Ser. Não quero dinheiro por tê-lo como objeto de estudo, almejo apenas um olhar, que desencadeará ainda mais material e questionamentos para a minha tese ultra secreta, escrita e elaborada todas as noites, na cama, de olhos fechados, antes do meu sono inimigo tirar a sua imagem da minha mente insana, louca de paixão.
Quando acordo, sei que um novo dia insosso me espera. Meu corpo se enche de esperança quando me pergunto:

- Será que hoje ele estará pela faculdade?

domingo, 6 de junho de 2010

Crônica de uma vida sem sentido.

Ainda era madrugada quando despertou. Sonhou que ele dormia ao seu lado. Olhou o celular, nenhuma mensagem. Levantou-se com a idéia de ir ao bar mais próximo, colocou seu sobretudo por cima do seu pijama - uma camisa de malha e uma calça de moletom - e desceu os três fétidos andares do seu prédio, na esperança de encontrar algum movimento na gélida calada da noite. Andou alguns metros até perceber que não encontraria nada aberto pela redondeza, mas resolveu seguir em frente, uma vez acordada ela não voltaria a ter sono tão cedo e também não gostava das lembranças que sua lucidez trazia à tona, quando estava sozinha em seu apartamento. Caminhando pela rua, asfalto úmido e escorregadio, ela tentava endender a razão de ter chegado até ali. Como consegiu chegar ao fundo do poço? Fez sinal para o ônibus e ao sentar no banco, viu o reflexo do seu rosto fino e com olheiras na janela e pensou que já era hora de tomar um rumo na vida. Os outros dois passageiros ali também refletiam o seu estilo de vida, jogados ao nada, como se o destino deles estivesse nas mãos do motorista, que os levaria ao bar mais próximo ou ao fornecedor mais barato. Abriu a janela e acendeu o último cigarro do seu maço. O bar agora era uma necessidade, pois sem cigarro, sua vida faria menos sentido ainda. Quando a fumaça da primeira tragada chegou ao seu pulmão, ela sentiu uma espécie de conforto por não estar em uma situação pior, acompanhado de uma certa tristeza, por não estar em uma situação melhor.
Ela tinha a mania de encarar as coisas em diferentes distâncias fora do ônibus em movimento: queria que a vida passasse ligeiramente como uma árvore a alguns metros do ônibus, mas ao contrário disso, ela se arrastava como a chegada de um arranha céu do outro lado da cidade.
Avistou um movimento qualquer na porta de um bar, deu sinal de desceu do coletivo. Foi até o balcão e pediu uma dose de rum. Comprou outro maço de cigarros barato e após outras doses, sentiu um certo otimismo tomar conta de si. A essa hora não existia melhor ou pior, ela se sentia no centro do universo. Sentia-se invejada pelos os que estavam ali, embora ninguém tivesse notado a sua presença. Quando ficava embriagada tinha a falsa ilusão de que a vida sem ele seria melhor, embora relutasse em voltar para casa a todo instante. Sabia que ali, como em todas as suas noites tristes e solitárias, encontraria outro que ocultaria o vazio existente em seu coração, mas que a esperança e o calor trazidos por ele, partiriam do seu quarto, no fim da manhã. Como sempre. Na inocência da sua humildade, desejava apenas um novo amor. Não queria um bom emprego ou uma apartamento maior, sem infiltrações e rachaduras. Sua vida não estaria completa sem alguém ao seu lado. Seria útopico ter todas essas coisas, então ela desejava o que considerava mais difícil. Sua obstiniação pelos bens materiais só surgiria se ela estivesse afetivamente feliz, caso contrário, ela considerava a insalubridade como a melhor forma de viver e conviver com a solidão. A embriaguez lhe tirava essa perspectiva miserável mas, ao acordar, sempre na pior das ressacas, ela desejava não estar viva. Pensava que se existisse algum Deus, não entenderia a razão dele de tirar a vida de certas pessoas e a mantê-la naquela vida desprezível, decadente. Não acreditava que tinha uma missão ou que algo melhor estava guardado para ela.
Ela acorda, olha e sacode o desconhecido adormecido em sua cama, levanta, toma uma aspirina, abre a geladeira, pega uma lata de cerveja e acende um cigarro. O desconhecido levanta, coloca sua roupa, passa por ela e diz um "tchau" constrangido. Ela não responde. Da janela observa que o bar está abrindo e, ao lado, vê que o cigarro está acabando. Ela está pressupondo que a sua noite irá começar mais cedo dessa vez.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Luxúria.

Ela o amava por inteiro. Da sua voz até os seus grandes e estranhos olhos castanhos. Gostava da maneira como andava, de como ria, de como se comportava quando estava com raiva. Apreciava até os seus defeitos. Um dia então, ela se viu sem nada disso e por um bom tempo as lágrimas tomaram conta do seu rosto por noites e mais noites afora. Quando a ferida começou a cicatrizar, ela começou a se dar conta do que realmente sentia falta: ela gostava de quando tocava com seus dedos quentes o seu corpo frio, do seu comportamento devasso, da sua respiração ofegante, as sacanagens sussurradas, da libertinagem entre quatro paredes. Gostava da dramaticidade do ato, da sua performance, da sua entrega. Ah! Ele era um artista! A cama era um palco ou uma tela em branco e ele estava sempre inspirado. Ali não havia Shakespeare ou Pollock. Ele era insuperável em sua arte. O suprassumo do prazer. Sua rigidez era inabalável e sua desenvoltura impecável. Curioso, explorava cada centímetro do frágil corpo dela e, a cada despedida, seu corpo implorava pela volta dele. Ela só queria estar com ele. Gostava de encará-lo de diversos ângulos. Ele ficava mais bonito visto de cima. Isso quando ela estava de olhos abertos. Gostava de espiá-lo nos momentos de transe, ali ela se sentia ainda mais apaixonada. Gostava de deixar o seu homem daquele jeito. Queria sugar toda a sua energia, para que ele não se sentisse atraído por mais ninguém, mas esse feito era impossível, já que seu vigor não tinha fim. Era viril como um Deus Grego, apesar da sua aparência banal. Quando chegou ao fim, ela acreditava que faltava afeto. Agora ela sente que isso nunca existiu de fato, porém, o que manteve a paixão até o fim foram aqueles momentos carnais, que ela jamais teve com nenhum outro homem. Ela virou refém do seu próprio corpo, que o desejava cada dia mais. Ela repudiava a si mesma por pensar daquela forma, por vê-lo e por ser portar como um objeto. Mas no fundo ela não queria ser para ele outra coisa, porque ele gostava muito, mas muito do seu jeito despudorado. Sim, ele a salvou, porque ela era um caso negado e perdido, malfadada até a morte: nunca amou, nunca foi amada e, muito menos, se sentiu desejada. Também nunca havia desejado alguém com tanta fúria e paixão. Porém as paixões são efêmeras, mas o impulso da carne prevalece.
Cada encontro emerge a sensação que um precisa do outro, mesmo que por diferentes motivos. Assim será até que outro surja, preenchendo a lacuna que ainda não foi preenchida: a de fazer com que ela se sinta amada. Até que isso aconteça, ela continuará alimentando os seus instintos e realizando os seus desejos mais secretos com ele, que sequer sabe do turbilhão de emoções e sensações que causou - e ainda causa -, reflexos de atos tão imorais, porém triviais. Atos esses já conhecidos por ela, mas realizados de maneira tão obsoleta que beiravam o vulgar de tão mal executados. Ela descobriu, enfim, o prazer. O prazer da vida. O prazer de viver. Ao mesmo tempo, ela sabia que merecia alguém muito melhor.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Autoexplicativo...


... entende?
* tira do Allan Sieber.

sábado, 15 de maio de 2010

Para Casa.

Como só esse blog me inspira - embora muito pouco - irei usá-lo para fazer o meu trabalho de casa de uma disciplina da faculdade: escrever, em forma de conto, um acontecimento ocorrido no dia da convocação dos jogadores que irão para a Copa. Vai ser muito, mas muito fácil, porque aquele dia foi Uó para mim...

p.s.: esse texto está longe do ideal, do que eu vou entregar ao professor. É só um esboço mesmo.

Convocação? E quem se importa?

"É. Mais um dia de rotina. Meu dia já começa dentro de um ônibus. De pé às 5h30 partindo rumo ao campus da UFRJ na Praia Vermelha. Duas cansativas horas em pé para, enfim, descer na Central e me juntar às outras milhares de pessoas que silenciosamente anseiam pelo fim de suas respectivas jornadas. Naquela semana, as minhas 168 horas estavam contadas e o meu plano de logística foi elaborado especialmente para que eu não chegasse atrasada na auto escola em nenhum dia, visto que eu estava perto de completar as quarenta e cinco (e arrastadas) horas de aulas teóricas e, se eu perdesse uma hora sequer, sabe-se lá quando eu ia terminar. Saio da Faculdade de Educação e parto diretamente para o Fundão para outra aula, quando o professor finalmente chega, Ops! é dia de convocação! Nem Adriano, nem Ronaldinho Gaúcho, nem Neymar e nem Ganso. Grafite? Não sei o passou na cabeça do Dunga, mas sabia muito bem o que se passava na minha: tinha que sair de lá no máximo às 15h30, afinal encontraria ainda muitos obstáculos pelo caminho, como tempo de espera do ônibus, possíveis engarrafamentos, muitos passageiros (o que implica em muitas paradas para embarque e desembarque) e o tempo de caminhada do ponto até o local da aula. Nada foi esquecido, porém, devido a uma infeliz armação do destino, eu saí da aula quase às 16h. Saindo do prédio, não pude acreditar no que meus olhos viam: meu ônibus virando a esquina, partindo sem mim. Começava então uma guerra contra o relógio. Como Forrest*, eu corri, peguei o ônibus interno da cidade universitária desci no meio do caminho, atravessei a rua e... Ponto para mim! Fui mais rápida que o motorista da Viação Bangu. Comecei a acreditar que tudo daria certo quando sentei no último banco vazio do ônibus. Eu era só felicidade ao ver que a Linha Amarela não estava engarrafada. Como um boneco Playmobil, nada tiraria o sorriso do meu rosto. Foi o que eu pensei. Faltando cerca de vinte minutos, um inesperado engarrafamento na av. Brasil, destruiu tudo o que eu havia planejado. Teoricamente a aula começava às 18h, mas o instrutor dava uma tolerância de dez minutos para colher a digital dos atrasados. Passei a rezar para chegar dentro desse limite. 18 horas e 10 minutos. Desci do ônibus. Como Lola**, persistente e determinada, corri cerca de três quilômetros até a linha de chegada. Subi os dois andares de escada, pulando um degrau. Ao chegar, me deparei com o instrutor. Segurei em seu ombro para me escorar:
- Fechou?
- Fechei – disse ele, sem mostrar nenhuma comoção ao me ver naquele estado deplorável.
Sensibilizada com a minha própria derrota, não consegui conter o choro. Chorei de raiva e por até então nunca ter dado valor ao tempo. Aquele minuto se transformou em uma hora perdida. Aquela hora transformou-se em semanas.
Contrariando todo o meu sentimento de revolta, eu consegui, além de tirar uma lição de moral dessa história e de me motivar a tirar de vez a carteira (os transportes públicos estão acabando com minha saúde física e mental), concluí também que, embora pareça às vezes que o mundo está conspirando contra você, ele apenas tenta mostrar as coisas de uma maneira mais complicada e dolorosa. Devido a um problema no sistema do DETRAN, algumas digitais não foram colhidas no dia. Na sexta seguinte, eu pude enfim, recuperar o meu atraso."

*Personagem interpretado por Tom Hanks, no filme Forrest Gump.
** Personagem interpretada por Franka Potente, no filme Corra, Lola, Corra.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Nome Próprio.

Sábado, 23h21. Passei o dia na rua. Cheguei, tomei banho. Nos fundos da minha casa, na rua ao lado, está rolando uma festa com o som muito alto tocando funk. Estou com fome e não tem nada para comer. Estou esperando uma resposta via torpedo. Perdi a esperança. Foda-se. Eu sou mais eu.
Eu tinha escrito mais um post enorme - que já se tornou uma característica minha - mas fui descer para pegar o carregador do notebook e tomar dois copos de leite com nescau... Quando voltei... era tarde. A única coisa que eu consegui salvar foi a metade do primeiro parágrafo e o interessante foi que eu já mudei o final dele.
Estava comentando sobre o filme "Nome Próprio" que está passando no Canal Brasil (não consegui ver e já desliguei a tv)... Comentei também que estou tomando antipatia por filmes nacionais. Hum... Também escrevi sobre o programa e as apresentadoras do Saia Justa. Nada relevante, para variar.
O fato é que eu perdi completamente o tesão em escrever aqui.
Estou no chão do quarto, sem sono, mal humorada, com fome e tédio.
Olha que hoje meu dia foi de lazer total.
Vou ficar aqui apreciando o pancadão que continua firme e forte.
O imbecil do Thiago ligou para meu celular, que tocou umas 500 vezes até eu achá-lo e desligar na cara dele. Deve estar bêbado. Quando estou bêbada, eu envio torpedos... é bem menos incoveniente. Celular na mão de bêbado é tão perigoso quanto uma arma na mão de um bandido.
Perdi a inspiração. Outra hora ela aparece. Talvez quando eu matar a fome. 00h36. Quanto tempo perdido, meu Deus. O som está muito alto. A Lei do Silêncio não existe. Nem eu.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

desapEGO.

Chega de me basear em músicas. Hoje eu vou usar um filme como inspiração. O indicado ao oscar de melhor filme esse ano, Up in the Air, ou no 'brasileirês', Amor sem Escalas, do excelente e fofinho diretor Jason Reitman, que também dirigiu "Juno" e "Obrigado por Fumar". Eis a sinopse:
"Ryan Bingham (George Clooney) tem por função demitir pessoas. Por estar acostumado com o desespero e a angústia alheios, ele mesmo se tornou uma pessoa fria. Além disto, Ryan adora seu trabalho. Ele sempre usa um terno e carrega uma maleta, viajando para diversos cantos do país. Até que seu chefe contrata a arrogante Natalie Keener (Anna Kendrick), que desenvolveu um sistema de videoconferência onde as pessoas poderão ser demitidas sem que seja necessário deixar o escritório. Este sistema, caso seja implementado, põe em risco o emprego de Ryan. Ele passa então a tentar convencê-la do erro que é sua implementação, viajando com Anna para mostrar a realidade de seu trabalho." Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/amor-sem-escalas/


Não falam isso nas sinopses, mas Ryan também é uma famoso palestrante motivacional. Nessas palestras, ele usa uma mochila, para mostrar o peso "desnecessário" que as pessoas carregam em suas vidas, como pessoas, objetos, sentimentos etc. Na hora eu achei isso engraçado de tão absurdo... uma pessoa que não tem apego à família e amigos... Isso não existe! Mas eu não precisei pensar muito no assunto, para concluir que eu também fui - e ainda sou um pouco - assim. Ai como eu era feliz! O tempo e a razão tiraram aquilo que me protegia de todos os males do mundo: a insensibilidade. Foi dar uma brecha às minhas emoções, para que elas tomassem conta de mim. It's not fair. Estou meio sem inspiração no momento, aliás, estou um pouco anestesiada. Estou triste porque pessoas perto de mim estão tristes. Poder ser solidário é muito bom, mas ao mesmo tempo é muito injusto você sofrer com as aflições dos outros. É a esse tipo de peso que o personagem se refere. Um peso extra na bagagem. Talvez eu não seja mais tão desapegada às coisas e às pessoas e isso faça de mim uma pessoa menos egoísta, mas esse egoísmo, durante muito tempo me protegeu de pessoas mal intencionadas e agora, eu me sinto completamente vulnerável. Digamos que eu esteja mais humanizada. O problema é que, no momento, eu estou naquela fase de ver as coisas com outros olhos, ainda não me adptei a essa nova realidade, então com tudo eu sofro, choro, surto... drama total! But I'm grow. Eu vou me adaptar.


sábado, 17 de abril de 2010

Música x Fossa

Algum estudo explica porque a música e a fossa andam lado a lado? Eu não estou lá nos meus dias mais felizes e se não fosse essa dor de cabeça que me consome devido a esse resfriado que não passa, eu estaria passando boa parte dos meus últimos cinco dias isolada, com um fone nos ouvidos. Hoje, eu acordei às sete da manhã, tomei banho e parti para a faculdade. Chegando no estação de metrô, minha amiga mandou um torpedo avisando que não haveria a aula da manhã... Como a outra era uma hora da tarde, eu resolvi voltar para casa. Derrota maior? Impossível. Depois do almoço, resolvi esquecer essa minha dor já crônica, peguei o meu pen drive e engatei no aparelho de dvd, que é o único aparelho de som que está funcionando aqui em casa, e começa a tocar...

"To the left, to the left
Everything you own in the box to the left..."

Irreplaceable. Beyoncé. Para mim, essa é a melhora música para combater uma fossa daquelas! Seria ótimo se ela estivesse na minha vida desde o começo do ano passado. Eu teria passado por uma fase bem conturbada com louvor, com a cabeça em pé e dando uma quebrada no estilo diva da Beyoncé, com muiiiito menos estilo, é claro.
A letra da música ajuda? Sim, eu garanto. Mas o que me atrai muito nela é que, uma vez, vendo um show, a Beyoncé se despediu com essa música, dizendo que essa era muito especial para ela, mas não disse o porquê... e eu fiquei pensando por que cargas d'água essa música significa tanto para ela? Pode ser porque foi um grande sucesso, sei lá, uma infinidade de coisas, mas eu prefiro acreditar que ela vivenciou aquilo tudo, mesmo porque o nome dela aparece lá como compositora. Isso é muito relevante para a ouvinte no estado em que ela se encontra. Pensar que a Beyoncé, pelo conjunto da obra (ok, ela pode ter ressuscitado um antigo caso do colegial, mas não interessa, porque ela remói isso até os dias de hoje), já sofreu por alguém, embora ela não demonstre isso claramente, é muito reconfortante.
Pode parecer infantil interpretar uma música dessa forma, afinal por que a Beyoncé não poderia sofrer por amor? Ela não é humana, dotada de sentimentos, como todas nós, seja estudante, camelô, vendedora, médica, engenheira etc? O fato é que, pelo menos para mim, quando eu me vejo triste e solitária, ouvindo músicas - bem selecionadas, é claro - eu gosto de sentir que não estou sozinha no mundo e que, apesar do muro que me separa das outras mulheres,das diferenças, da distância, do aspecto financeiro, da personalidade, é difícil alguém afirmar que nunca sofreu por amor. E quando o desabafo vem em forma de música, eu passo e me sentir melhor.
"You Had me" da Joss Stone também é um excelente som para os sofredores de plantão e tem uma melodia mais animada que a da Beyoncé. Eu estou viciada nessa música. É o meu hino no momento, junto com Irreplaceable. Tirando trechos dessas duas músicas e algumas de "Mercy" da chata da Duffy, eu consigo fazer um medley de acontecimentos atuais na minha vida e tirando a última, que eu não consigo nem escutar, eu pareço não precisar ouvir mais nenhuma outra música na minha vida. Eu não consigo enjoar, não consigo.

Ano passado, sem brincadeira, eu devia escutar a "Tears Dry on Their Own" na Amy Winehouse, umas 15 vezes por dia, sem exageros. Era música para todos os momentos, não só para os ruins. Eu não poderia deixar essa 'bitch' passar em branco aqui, talvez ela seja a grande responsável por essa minha nova obsessão que é me apaixonar e me entregar. Graças a ela eu só me fodi, mas tudo bem, sofrer por gostar de alguém é tão bom quanto estar perdidamente cega por ela. O problema é quando você põe os pés mas não sente o chão, aí você cai em um abismo que é tão difícil de sair quanto um usuário de crack tentando largar o vício.

Engraçado, eu comecei a escrever esse post, sei lá, acho que era domingo... E hoje é quarta. De lá para cá, tanta coisa mudou! Quando comecei estava triste, para baixo.. Agora estou feliz. Mas continuo escutando as mesmas músicas... Esse assunto surgiu de uma papo com a minha amiga Thaís, que ficava reclamando das músicas que eu escutava, que elas me deixavam ainda mais deprimida, que não me ajudavam em nada. Agora ela assume que a música desempenha, em certos momentos, um papel mais importante que o da sua amiguinha que aqui escreve.

Importante: se você estiver triste, jamais, eu disse JAMAIS, escute "Don't Speak" do No Doubt.
Hahahaha

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Eu queria escrever mais, mas vou deixar isso para quando eu estiver inspirada. Todo mundo está reclamando também que eu escrevo muito e eu não quero que as pessoas desistam do texto pela metade. Por hoje é só pessoal. Se alguém tiver alguma sugestão de música, é só falar!!!!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

RE: As águas de março-abril.

Minha breve resposta aos chatos de plantão que ficam mandando esses e-mails de conteúdo politizado, anárquico, revoltado... Como esse blog é para os íntimos, eu não precisarei colar o conteúdo do e-mail (que por sinal, eu não li todo). Mas a minha resposta... Ah! Eu vou colocar!! ;)

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não me encham o saco com esses e-mails....

blá blá blá
assim como os nossos governantes, que só FALAM que vão tomar medidas após o ocorrido, todo mundo resolve "protestar" também depois.
meu mau humor está colaborando, eu hj acordei resfriada, na merda mesmo.. mas eu tb já estou cansada de toda essa revolta pós caos.. todos somos acomodados.. eu faço o meu papel e tudo que estiver ao meu alcance.. e fico muito revoltada tb vendo tudo que aconteceu... não se pode esquecer que a chuva SEMPRE foi um problema para a cidade e o Estado do Rio e não custa refrescar a memória, lembrando dos acontecimentos do início do ano, que tb causou muitas mortes. Mas eu tb n estou interessada em ficar lendo "manifestos", quando se sabe que logo, logo o assunto cairá no esquecimento. Políticos estão errados, pq, ainda mais agora, c essa onda de copa e olimpíadas, eles estão pensando apenas em mascarar os reais problemas na cidade e criando projetos que serão concluídos a longo prazo. Nós, cidadãos, estamos mais que abandonados, mas no final, vamos ficar todos felizes pq somos sede dos dois maiores eventos esportivos mundiais. Ah! Isso para quem estiver vivo até lá. Estou mentindo?
Em contrapartida, agora todos os especialistas, professores etc, etc e etc, resolvem mostrar tudo que aprenderam com o tempo. E eu me pergunto:
para quê? qtos deles estão envolvidos no assunto e batalhando para a melhoria da qualidade de vida da população? acredito que boa parte deles, mas mesmo assim, eu fiz mais de um ano de estágio em nova iguaçu e vi o quanto a baixada está abandonada por políticos e por pessoas que poderiam ajudar a melhorar a situação das pessoas que ali vivem. de repente, todos resolveram falar do absurdo que foi deixar as pessoas construirem casas em cima de um lixão desativado.. o que faltou para que esse crime não fosse realizado? faltou tudo por parte das autoridades. não há que justifique ou os inocente, mas acredito que tb tenha faltado mobilização das pessoas que sabiam que aquilo era um erro e que não estavam envolvidos em trâmites políticos. afinal, não seria um cidadão sem estudo, sem dinheiro e sem onde morar que saberia do que estava fazendo, construindo a sua casa naquele local.

não estou querendo ser rude, muito menos pessimista. eu só acho que a gente faz muitos planos para o carnaval e o futebol. quando não tem nem um, nem outro, todo mundo resolve reclamar.

pq passeatas como as dos royalties atraíram tantas pessoas? isso pq nós passamos longe de desfrutar os tais royalties, né? basta dar uma olhada na saúde, na educação e também HABITAÇÃO E SANEAMENTO! OHHHH!... mas esse protesto foi importante para mostrar, que sim! We can! então.. se o e-mail for de CONVOCAÇÃO, ele será muito bem recebido.


"Mas é que se agora
Pra fazer sucesso
Pra vender disco
De protesto
Todo mundo tem
Que reclamar
Eu vou tirar
Meu pé da estrada
E vou entrar também
Nessa jogada
E vamos ver agora
Quem é que vai güentar"

Eu também vou reclamar - Raul Seixas.

p.s.: não vou reler o texto.. ignorem os erros de digitação.

bjo,

Ester, a revoltadinha de Big Field.

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domingo, 4 de abril de 2010

Meu 'perfil'. Por Carolina Pamplona.

Podem acreditar. A minha humilde vida já foi resumida em alguns parágrafos, para um trabalho de faculdade da minha adorada amiga salve! salve! Carolina!! Hahahaha!

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Futura artista plástica, a ex-nadadora,
ex-vascaína, ex-atleticana, e ex-romântica obsessiva,
pensa agora na sua próxima tatuagem e na guinada
que dará na rotina.

Quando cogitou a possibilidade da segunda tattoo, Ester Formiga, ou Esterzinha, refletiu sobre sua longa vida. Imaginou que nela, assim como no amor, as coisas demoram a se encaixar, mas no fim, os lados são sempre simétricos e perfeitos. Decidiu então tatuar 3 cubos mágicos. Ester, que se julga não extremista e diz que não segue padrões, unindo sempre o útil ao agradável, fez sua primeira tatuagem por um grande impulso. “Fui tatuar Independente Futebol Clube e acabei fazendo o Blue Nude II – uma das colagens do artista francês Henri Matisse. Mais por fazer Belas Artes e pela estética”. Prestes a ter a segunda, o pensamento continua igualmente desprendido “Eu estava tomando banho e do nada me veio esse ícone chamado Cubo Mágico e eu o vi como uma metáfora da vida” contou.
“Coração-de-pedra”, como já foi chamada por muitos de seus ficantes, a jovem de 21 anos está madura e decida. Quando era pequena sonhava em ser caixa de supermercado, mas com a idade descobriu que não possui talento algum e se define: “Sou apenas cara-de-pau, mesmo!” comenta entre risos. Assumidamente fria e pouco expressiva, faz amizades com uma rapidez incrível. A primeira impressão dela é de uma pessoa metida e pouco simpática, mas seu bom humor cativou os “mais mais” da high society do “fundão”, campus da UFRJ. “É a única pessoa que eu conheço que sabe quando as outras estão sendo irônicas ou sérias. Acho que é porque ela também é assim”, comenta o colega de faculdade Caio, ou “sensual seduction”, apelido que ganhou de Ester pelo seu “sex appeal”.
Ainda criança começou a praticar natação para melhorar seu problema de adenóide. Era realmente boa e veloz. A natação lhe trouxe bolsas de estudos em colégios particulares e um contrato com a equipe de natação do Clube de Regatas Vasco da Gama. Nadou mais de dez anos até que os hormônios da adolescência e as responsabilidades bateram à porta. “Depois que começou a ser uma profissão e não mais um esporte eu perdi o tesão. Não tive vida social e isso me fazia falta”, falou com nostalgia.
Após a decisão tomada foi só “sair para o abraço”. Ester aprofundou seu gosto pela música a ponto de montar uma banda, a Charllotte Company. É bem verdade que a banda só durou um dia, que ela se refere como sendo o mais “tosco” de sua vida, mas a recordação do show que fez no colegial está guardada num espaço especial em seu coração. Foi nessa época que Esterzinha teve a primeira decepção amorosa: Reynaldo, um rapaz mais velho, encantou a adolescente de tal forma que a desilusão desse amor aparece em suas atitudes até hoje. “O maior dos pequenos defeitos dela talvez seja o medo de mostrar seus sentimentos nus e crus, ofuscados pela razão” diz Caio com visível pesar.
A mineirinha, como exige ser reconhecida, embora só tenha nascido em Minas e morado no Rio de Janeiro a vida inteira, tem uma relação convencional com a família. A irmã Tarcila, não concorda em muitos aspectos com essa forma passional de pensamento. Para a irmã, Ester é uma princesa num vestido de Amy Winehouse. “Nossa relação é ótima. Conversamos sobre tudo e acima de qualquer coisa ela é muito leal” diz a irmã coruja, que não se surpreendeu com o desenho escolhido para a próxima tatuagem “Ela sempre pensa em desenhos que se ajustam a sua concepção de mundo e muda de idéia toda hora!”, afirma.
Não só a liberdade veio com a adolescência, mas também as confusões psicológicas normais da idade. Ester nasceu e cresceu torcendo pelo Vasco da Gama, mas como num surto momentâneo decidiu virar Atleticana. Atribui o fato a grande vontade de se afirmar como mineira e não carioca. Acha os cariocas pouco “cult” – gíria metropolitana para intelectuais bem humorados que ama falar. Como num passe de mágica voltou a ser vascaína justificando o seu ato com a seguinte frase: “O sentimento não pode parar!”. Segundo Caio essa paixão por futebol é meramente sexual. De acordo com o amigo ela só pensa nas coxas dos jogadores. “Que eu saiba ela não acompanha, mas vive comentando que um é gato e o outro gostoso. Duvido que compre o Lance se não tiver um desses na capa” brinca sensual seduction.
O lado engraçado da garota é evidente a todos que cruzam com ela. Totalmente estabanada, ela não liga para os comentários e faz dos ônibus que é obrigada a pegar diariamente um pedacinho de casa. A amiga Thais Fraga, diz já ter presenciado a forte ligação de Ester entre seus “coletivos”. “Nós estávamos retornando de uma festa a fantasia e ela estava vestida de doméstica. Na volta ela dormiu feito uma pedra no ônibus e ficou com tudo a mostra babando. Impossível descrever em detalhes, mas todos que viram se lembram” tenta explicar Thais entre gargalhadas.
No último carnaval, se apaixonou de novo pelo melhor homem dos últimos tempos da última semana. Esse a balançou, mas seu dedo ruim não se fez de rogado. O cara não queria compromisso. Sofreu, chorou e deu a volta por cima. Hoje ri das “bobeirisses” do amor.
Passou com louvor por essa fase conturbada. Agora se afirma como mulher e não teme as decepções da vida. Pensou em se matar algumas vezes, descobriu que a mãe é a melhor amiga que poderia ter e deu um basta nos “macho alfa” – homens que se consideram o rei da cocada preta. Admite que o grande problema que enfrenta em seus relacionamentos é a falta de reciprocidade. Tem o pequeno defeito de sempre amar demais. Mas não perde as esperanças. Como na sua tatuagem, acredita que no fim as coisas se acertam e a vida se alinha, mas quanto ao futuro diz “O meu futuro é duvidoso...” – não perdeu a veia musical.

quarta-feira, 24 de março de 2010

sem título.

E sem inspiração. Mas meu cérebro está enviando sinais, implorando para que eu escreva algo, mesmo que esse algo não signifique nada. São 14h51, eu estou aqui com uma leve dor de cabeça, minha mãe sem falar comigo, minha amiga com crise no namoro, um calor infernal, as aulas rolando e eu matando todas. Quero sair para dançar, eu quero Lapa, quero sexta feira... E hoje ainda é quarta. Queria dormir até lá sem interrupção. Dormir e ter uma infinidade de sonhos bons. Hoje eu acordei com uma vontade forte de abraçar minha mãe e, quando ela apareceu na porta do quarto, eu estiquei os braços e assim ela veio para me dar um forte abraço. Senti vontade de chorar.
E chorei.
Chorei na hora do almoço.
Chorei ao escutar a voz da Thaís ao telefone.
Minha mão fica com raiva quando eu choro sem motivo, Thaís me xinga dizendo que eu sou sempre uma pessoa alegre e não gosta de me ver estranha e triste.
Eu não estou triste. Pelo menos não tenho motivos para estar assim. Eu queria apenas um pouco de paz de espírito. Eu tenho pensado em muitas coisas e essas coisas estão acumulando dentro de mim que até me causam náuseas quando lembro delas.
Dia desses, me perguntaram qual era a melhor sensação do mundo e eu disse que não há nada melhor que a sensação de deitar na cama, sem sono e não ter nada para pensar.

Mas tudo é tão enfêmero, que eu sei que amanhã, muito provavelmente, eu já não estarei assim. Estarei lá, rindo e falando asneiras, como as pessoas gostam.
Meu amigo B. estava triste ontem e me ligou. Uns dez minutos após a conversa, ele mandou um sms dizendo:
"Estava tendo um dia horroroso até te ligar e agora tudo mudou. Obrigado por existir e tornar o meu mundo um lugar melhor"

Eu preciso dizer algo? Quando eu leio uma coisa assim, eu imagino a tristeza como um egoísmo da minha parte. Por que ficar triste e melancólica se isso não faz bem para as pessoas que gostam de mim? Mas ao mesmo tempo eu penso eu vejo o egoísmo delas, que não querem me dar esse direito de chorar e me sentir para baixo. Vocês podem de dar licença? Obrigada.
O fato é que ninguém gosta de ver quem se ama nessa situação e ainda mais quando não se tem motivos. E eu não tenho vergonha de assumir que eu vivo, em parte, para essas pessoas. Que me fazem tão bem.

Tão bem.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Algum problema com a sinceridade?

Eu me faço essa pergunta quase todos os dias e gostaria realmente de achar algumas respostas. Recentemente, duas pessoas ressaltaram que eu sou uma pessoa muito sincera. Até então, eu acreditava que a sinceridade era uma das características mais nobres que um ser humano poderia ter e, justamente por isso, eu não me considerava uma pessoa dotada de tamanha qualidade.

Eu passei acreditar em tais afirmações, quando senti o tom de voz ressentido dessas pessoas. Era uma coisa meio que:

- Nossa, Ester! Você é muito sincera.

E não, como eu esperava que fosse:

- Nossa, Ester! Você é muito sincera!

Entenderam?

Acredito que não, mas quando as pessoas me falaram isso, eu senti que naquele momento um certo rancor, senti que elas não queriam saber a verdade, ou pelo menos a minha verdade, elas queriam apenas que eu falasse o que elas queriam escutar.

Todo mundo, eu disse, TODO mundo mente. Eu não sou diferente de ninguém, sou apenas mais sincera que as outras pessoas. Quantas vezes, amigas super empolgadas viraram e perguntaram:

- E aí, gostou da roupa?

E eu:

- Gostei, está maneiro.

Gente, se estivesse bom mesmo, eu falaria:

- Nossa! Que linda! Está muito maneira a roupa!

A diferença é que a minha mentira é perceptível aos ouvidos e principalmente aos olhos das pessoas. A minha boca diz, mas o resto do corpo não obedece aos sinais do cérebro. Esses dias estava conversando com a minha mãe sobre a minha primeira mentira relacionada a namoradinhos. Eu devia ter uns 13, 14 anos e disse aos meus pais que ia ao cinema no shopping perto da minha casa com uma amiga. Como tinha que acontecer, meu celular ficou sem bateria e minha mãe, querendo falar comigo, ligou para a tal amiga que, inocente, me entregou dizendo que não tinha ido a lugar nenhum. Como eu era uma criança, meu pai me buscou e, esperto como sempre foi, assim que eu entrei no carro, ele perguntou:

- Ué! Cadê a Ana?

Eu, metida a malandra, falei:

- Já foi embora.

Eu já imaginava que ele fosse fazer aquela pergunta porque ele sempre dava carona a essa minha amiga e o pai dela fazia o mesmo comigo. Mas eu gelei quando ele virou e falou:

- Mas a sua mãe ligou para ela e ela disse que não tinha ido ao cinema com você.

Puta merda! Eu pensei. Mas ali eu não tive outra escolha a não ser mentir até a morte.

Chegando em casa, eu tratei logo de subir para tomar banho e não ter que repetir a história para a minha mãe - para também não cair em contradição - e, quando estou subindo a escada, minha mãe rindo, falou:

- Ester, eu sei que você está mentindo, porque quando você mente, você enfia o dedo no nariz para tirar meleca.

E não é que meu dedo estava enfiado dentro do nariz?

Bem. Eu acho que nesse dia, eu vi que a verdade pode até ser ruim, mas o pior mesmo, é sustentar uma mentira e fazer com que as pessoas acreditem nela. Na realidade, mentir é algo muito trabalhoso e elaborado. Vale mais a pena falar a verdade porque quem vai se dar ao trabalho de causar as consequências são os outros.

Depois que eu cresci, eu passei a ser mais intolerante com as mentiras porque, na maioria das vezes, elas são desnecessárias. Tudo bem se você vira para o seu chefe e diz que chegou atrasada por causa do engarrafamento, enquanto na realidade, você perdeu a hora. Isso não vai afetar em nada a vida de ninguém, é uma mentira saudável. Agora, você some dois dias no carnaval, enquanto a sua namorada te liga freneticamente e depois você diz que estava de cama, doente e ainda atua de maneira para que ela se sinta mal por não ter estado do seu lado (porque eu no lugar dela me sentiria assim), é o Ó do borogodó, amigo!

Tratando-se de relacionamentos, eu fico ainda mais chateada. Eu sempre fui liberal, nunca fui de prender namorado, nunca perguntei "posso?" ou me senti no direito de liberar "pode". Eu sou a favor da liberdade, então, se mentir para mim e eu descobrir, eu até posso dar uma segunda chance. Agora, mentiu de novo amorzinho, pode dar adeus e pegar as suas coisas, porque eu não tatuei "idiota"no meio da testa, como você pensa.

Se você tem consideração pela minha pessoa, por menor que ela seja, tente ser verdadeiro. A verdade dói? Sim, talvez uma cólica menstrual. A mentira está para um tiro no joelho.

Tem muitas outras coisas que eu gostaria de escrever, mas vou deixar isso para um outro dia. Eu poderia dizer que ia sair para beber ou dançar com os amigos, mas como eu sou "sincera" e a sinceridade é, às vezes, humilhante, eu afirmo que tenho um encontro marcado com a cama.

That's all folks

domingo, 14 de março de 2010

Continuando...

Nossa! Quantas coisas (ruins) aconteceram desde o meu último post! Em relação ao número 1, nossa! Ele está virando passado de novo. Mas também, não estou ligando. Só quero dizer que estou cansada, o ser humano está me deixando doente, enjoada. O número dois saiu agora. Eu admiro as pessoas que vivem relacionamentos autodestrutivos, mas isso não significa que eu queira viver um. O safetycar está na pista, até que que o estrago causado seja resolvido, mas a corrida não pode parar. Se até o Michael Schumacher voltou, eu também posso.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Dar uma segunda chance ao outro ou a si próprio?

Antes de tudo, eu gostaria de dizer que sofro de "escrita compulsiva"- expressão inventada agora por mim - ou seja, tenho sérias dificuldades em parar de escrever ou ser objetiva, quando estou envolvida em um texto. Mesmos com textos inúteis como esse abaixo. Ah! Eu também não vou reler o texto, então desconsiderem erros de gramática e de concordância.
***
Esse questionamento surgiu de forma inesperada durante o meu banho (sempre!). Enquanto ensaboava o corpo, fiquei pensando na minha medíocre vida sentimental e como eu sou complicada, confusa, volúvel e racional. Nesse exato momento da minha vida, ano de 2010, eu resolvi dar uma certa chance a duas pessoas diferentes, que foram afastadas da minha vida por motivos também diferentes: um eu expulsei, via torpedos e e-mails - eu achava que ele não dava a atenção que eu merecia - e o outro me sacaneou bonito, no ápice da paixão, tesão, etc e eu o coloquei para correr!
Esses dois casos, eu poderia dividir em 3 capítulos: o início, o fim e o retorno. O início não vem ao caso contar, mas posso dizer que meu envolvimento com ambos foi muito intenso e feliz -enquanto durou, é claro. O fim foi uma dureza danada, com o primeiro eu chorei, chorei e chorei. Podem acreditar, eu consegui chorar o tempo todo durante durante o trajeto da minha casa até o meu antigo estágio, que durava em média uma hora e pouca. Foi o surto final. Quando eu falei 'ou fode ou sai de cima'. O pior foi que eu sequer perguntei, falei que não queria mais e ponto final. Vendo ontem o primeiro espisódio de Sex and the City, eu vi que minha situação era muito parecida com a da Carrie Bradshaw: eu sempre fui aquela 'mulher' segura, que nunca havia se apaixonado e, quando o cupido finalmente me flechou, eu não sabia lidar com toda aquela situação, com aquela maré de sentimentos. Já com o segundo, foi uma situação bem mais delicada. Foi bem rápido e louco: com duas semanas eu já estava bem apaixonada e acreditava que ele também estivesse, até eu viajar, ficar uma semana fora e na volta descobrir que nesse pequeno intervalo de tempo, ele começou a namorar outra pessoa. Quando ele disse isso para mim, eu agi com toda a minha frieza natural, embora eu tivesse vontade de socar a minha cabeça na parede de tanto ódio - de mim e, principalmente, dele. Naquele mesmo dia, eu prometi a mim mesma que ia fazer de tudo para que ele se arrependesse. Com a minha determinação para coisas estúpidas e desnecessárias, eu consegui. Eu teria soltado fogos se não tivesse acontecido um imprevisto: eu me envolvi de novo.
Aí começa o último capítulo da história: o retorno. Quando eu resolvi, enfim, me permitir ser hipócrita, tendo total consciência disso e dar essa chance ao vacilão (Viva a Perlla! hahahaha!), eu voltei a falar com o primeiro. Resultado: eu embaralhei o meio de campo de novo. Agora eu não sei o que eu quero, se eu quero e, principalmente, quem eu quero. Eu acho que quero os dois, porque de uma certa forma, um completa o outro. Mas eu sou preguiçosa e sincera demais ao ponto de não conseguir manter as duas relações. Mas uma coisa eu sei: o segundo está na frente.
Bem, voltando ao banheiro, eu fiquei pensando nessa minha concepção de segunda chance. Em relação ao primeiro, eu descobri que estou dando essa segunda chance a mim mesma e não a ele. Mas confesso que estou arrependida: eu assumi os meus erros, ele assumiu os deles e as coisas estão do mesmo jeito que estavam no início do ano passado. Eu vi que algumas pessoas têm noção dos seus próprios erros mas são incapazes de agir. Tem um filme passando de novo na minha cabeça.
Dr. Gregory House disse uma vez: - People don't change. Eu concordo em gênero, número e grau, quando se trata de caráter, mas isso não impede que as pessoas mudem suas atitudes. Apesar de todo o meu sarcasmo e ironia, eu me considero uma mulher bastante ingênua no que se diz respeito a assuntos amorosos. Mas eu sou inteligente o suficiente para saber que pau que nasce torto, nunca se endireita.
Então é para você, querido número um, meu primeiro amor, que eu canto:
"(...)Agora não vou mais me enganar
não quero mais sofrer, não dá.
Se o teu desejo era me ver,
se deu vontade de saber
se estou feliz, até posso dizer que sim
o teu reinado acabou,
chegou ao fim.
Eu não nasci para você
e nem você para mim."
A menos que você me prove o contrário, eu serei sua. Enquanto isso você é retardatário do meu adorável cafajeste.