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Futura artista plástica, a ex-nadadora,
ex-vascaína, ex-atleticana, e ex-romântica obsessiva,
pensa agora na sua próxima tatuagem e na guinada
que dará na rotina.
Quando cogitou a possibilidade da segunda tattoo, Ester Formiga, ou Esterzinha, refletiu sobre sua longa vida. Imaginou que nela, assim como no amor, as coisas demoram a se encaixar, mas no fim, os lados são sempre simétricos e perfeitos. Decidiu então tatuar 3 cubos mágicos. Ester, que se julga não extremista e diz que não segue padrões, unindo sempre o útil ao agradável, fez sua primeira tatuagem por um grande impulso. “Fui tatuar Independente Futebol Clube e acabei fazendo o Blue Nude II – uma das colagens do artista francês Henri Matisse. Mais por fazer Belas Artes e pela estética”. Prestes a ter a segunda, o pensamento continua igualmente desprendido “Eu estava tomando banho e do nada me veio esse ícone chamado Cubo Mágico e eu o vi como uma metáfora da vida” contou.
“Coração-de-pedra”, como já foi chamada por muitos de seus ficantes, a jovem de 21 anos está madura e decida. Quando era pequena sonhava em ser caixa de supermercado, mas com a idade descobriu que não possui talento algum e se define: “Sou apenas cara-de-pau, mesmo!” comenta entre risos. Assumidamente fria e pouco expressiva, faz amizades com uma rapidez incrível. A primeira impressão dela é de uma pessoa metida e pouco simpática, mas seu bom humor cativou os “mais mais” da high society do “fundão”, campus da UFRJ. “É a única pessoa que eu conheço que sabe quando as outras estão sendo irônicas ou sérias. Acho que é porque ela também é assim”, comenta o colega de faculdade Caio, ou “sensual seduction”, apelido que ganhou de Ester pelo seu “sex appeal”.
Ainda criança começou a praticar natação para melhorar seu problema de adenóide. Era realmente boa e veloz. A natação lhe trouxe bolsas de estudos em colégios particulares e um contrato com a equipe de natação do Clube de Regatas Vasco da Gama. Nadou mais de dez anos até que os hormônios da adolescência e as responsabilidades bateram à porta. “Depois que começou a ser uma profissão e não mais um esporte eu perdi o tesão. Não tive vida social e isso me fazia falta”, falou com nostalgia.
Após a decisão tomada foi só “sair para o abraço”. Ester aprofundou seu gosto pela música a ponto de montar uma banda, a Charllotte Company. É bem verdade que a banda só durou um dia, que ela se refere como sendo o mais “tosco” de sua vida, mas a recordação do show que fez no colegial está guardada num espaço especial em seu coração. Foi nessa época que Esterzinha teve a primeira decepção amorosa: Reynaldo, um rapaz mais velho, encantou a adolescente de tal forma que a desilusão desse amor aparece em suas atitudes até hoje. “O maior dos pequenos defeitos dela talvez seja o medo de mostrar seus sentimentos nus e crus, ofuscados pela razão” diz Caio com visível pesar.
A mineirinha, como exige ser reconhecida, embora só tenha nascido em Minas e morado no Rio de Janeiro a vida inteira, tem uma relação convencional com a família. A irmã Tarcila, não concorda em muitos aspectos com essa forma passional de pensamento. Para a irmã, Ester é uma princesa num vestido de Amy Winehouse. “Nossa relação é ótima. Conversamos sobre tudo e acima de qualquer coisa ela é muito leal” diz a irmã coruja, que não se surpreendeu com o desenho escolhido para a próxima tatuagem “Ela sempre pensa em desenhos que se ajustam a sua concepção de mundo e muda de idéia toda hora!”, afirma.
Não só a liberdade veio com a adolescência, mas também as confusões psicológicas normais da idade. Ester nasceu e cresceu torcendo pelo Vasco da Gama, mas como num surto momentâneo decidiu virar Atleticana. Atribui o fato a grande vontade de se afirmar como mineira e não carioca. Acha os cariocas pouco “cult” – gíria metropolitana para intelectuais bem humorados que ama falar. Como num passe de mágica voltou a ser vascaína justificando o seu ato com a seguinte frase: “O sentimento não pode parar!”. Segundo Caio essa paixão por futebol é meramente sexual. De acordo com o amigo ela só pensa nas coxas dos jogadores. “Que eu saiba ela não acompanha, mas vive comentando que um é gato e o outro gostoso. Duvido que compre o Lance se não tiver um desses na capa” brinca sensual seduction.
O lado engraçado da garota é evidente a todos que cruzam com ela. Totalmente estabanada, ela não liga para os comentários e faz dos ônibus que é obrigada a pegar diariamente um pedacinho de casa. A amiga Thais Fraga, diz já ter presenciado a forte ligação de Ester entre seus “coletivos”. “Nós estávamos retornando de uma festa a fantasia e ela estava vestida de doméstica. Na volta ela dormiu feito uma pedra no ônibus e ficou com tudo a mostra babando. Impossível descrever em detalhes, mas todos que viram se lembram” tenta explicar Thais entre gargalhadas.
No último carnaval, se apaixonou de novo pelo melhor homem dos últimos tempos da última semana. Esse a balançou, mas seu dedo ruim não se fez de rogado. O cara não queria compromisso. Sofreu, chorou e deu a volta por cima. Hoje ri das “bobeirisses” do amor.
Passou com louvor por essa fase conturbada. Agora se afirma como mulher e não teme as decepções da vida. Pensou em se matar algumas vezes, descobriu que a mãe é a melhor amiga que poderia ter e deu um basta nos “macho alfa” – homens que se consideram o rei da cocada preta. Admite que o grande problema que enfrenta em seus relacionamentos é a falta de reciprocidade. Tem o pequeno defeito de sempre amar demais. Mas não perde as esperanças. Como na sua tatuagem, acredita que no fim as coisas se acertam e a vida se alinha, mas quanto ao futuro diz “O meu futuro é duvidoso...” – não perdeu a veia musical.
Futura artista plástica, a ex-nadadora,
ex-vascaína, ex-atleticana, e ex-romântica obsessiva,
pensa agora na sua próxima tatuagem e na guinada
que dará na rotina.
Quando cogitou a possibilidade da segunda tattoo, Ester Formiga, ou Esterzinha, refletiu sobre sua longa vida. Imaginou que nela, assim como no amor, as coisas demoram a se encaixar, mas no fim, os lados são sempre simétricos e perfeitos. Decidiu então tatuar 3 cubos mágicos. Ester, que se julga não extremista e diz que não segue padrões, unindo sempre o útil ao agradável, fez sua primeira tatuagem por um grande impulso. “Fui tatuar Independente Futebol Clube e acabei fazendo o Blue Nude II – uma das colagens do artista francês Henri Matisse. Mais por fazer Belas Artes e pela estética”. Prestes a ter a segunda, o pensamento continua igualmente desprendido “Eu estava tomando banho e do nada me veio esse ícone chamado Cubo Mágico e eu o vi como uma metáfora da vida” contou.
“Coração-de-pedra”, como já foi chamada por muitos de seus ficantes, a jovem de 21 anos está madura e decida. Quando era pequena sonhava em ser caixa de supermercado, mas com a idade descobriu que não possui talento algum e se define: “Sou apenas cara-de-pau, mesmo!” comenta entre risos. Assumidamente fria e pouco expressiva, faz amizades com uma rapidez incrível. A primeira impressão dela é de uma pessoa metida e pouco simpática, mas seu bom humor cativou os “mais mais” da high society do “fundão”, campus da UFRJ. “É a única pessoa que eu conheço que sabe quando as outras estão sendo irônicas ou sérias. Acho que é porque ela também é assim”, comenta o colega de faculdade Caio, ou “sensual seduction”, apelido que ganhou de Ester pelo seu “sex appeal”.
Ainda criança começou a praticar natação para melhorar seu problema de adenóide. Era realmente boa e veloz. A natação lhe trouxe bolsas de estudos em colégios particulares e um contrato com a equipe de natação do Clube de Regatas Vasco da Gama. Nadou mais de dez anos até que os hormônios da adolescência e as responsabilidades bateram à porta. “Depois que começou a ser uma profissão e não mais um esporte eu perdi o tesão. Não tive vida social e isso me fazia falta”, falou com nostalgia.
Após a decisão tomada foi só “sair para o abraço”. Ester aprofundou seu gosto pela música a ponto de montar uma banda, a Charllotte Company. É bem verdade que a banda só durou um dia, que ela se refere como sendo o mais “tosco” de sua vida, mas a recordação do show que fez no colegial está guardada num espaço especial em seu coração. Foi nessa época que Esterzinha teve a primeira decepção amorosa: Reynaldo, um rapaz mais velho, encantou a adolescente de tal forma que a desilusão desse amor aparece em suas atitudes até hoje. “O maior dos pequenos defeitos dela talvez seja o medo de mostrar seus sentimentos nus e crus, ofuscados pela razão” diz Caio com visível pesar.
A mineirinha, como exige ser reconhecida, embora só tenha nascido em Minas e morado no Rio de Janeiro a vida inteira, tem uma relação convencional com a família. A irmã Tarcila, não concorda em muitos aspectos com essa forma passional de pensamento. Para a irmã, Ester é uma princesa num vestido de Amy Winehouse. “Nossa relação é ótima. Conversamos sobre tudo e acima de qualquer coisa ela é muito leal” diz a irmã coruja, que não se surpreendeu com o desenho escolhido para a próxima tatuagem “Ela sempre pensa em desenhos que se ajustam a sua concepção de mundo e muda de idéia toda hora!”, afirma.
Não só a liberdade veio com a adolescência, mas também as confusões psicológicas normais da idade. Ester nasceu e cresceu torcendo pelo Vasco da Gama, mas como num surto momentâneo decidiu virar Atleticana. Atribui o fato a grande vontade de se afirmar como mineira e não carioca. Acha os cariocas pouco “cult” – gíria metropolitana para intelectuais bem humorados que ama falar. Como num passe de mágica voltou a ser vascaína justificando o seu ato com a seguinte frase: “O sentimento não pode parar!”. Segundo Caio essa paixão por futebol é meramente sexual. De acordo com o amigo ela só pensa nas coxas dos jogadores. “Que eu saiba ela não acompanha, mas vive comentando que um é gato e o outro gostoso. Duvido que compre o Lance se não tiver um desses na capa” brinca sensual seduction.
O lado engraçado da garota é evidente a todos que cruzam com ela. Totalmente estabanada, ela não liga para os comentários e faz dos ônibus que é obrigada a pegar diariamente um pedacinho de casa. A amiga Thais Fraga, diz já ter presenciado a forte ligação de Ester entre seus “coletivos”. “Nós estávamos retornando de uma festa a fantasia e ela estava vestida de doméstica. Na volta ela dormiu feito uma pedra no ônibus e ficou com tudo a mostra babando. Impossível descrever em detalhes, mas todos que viram se lembram” tenta explicar Thais entre gargalhadas.
No último carnaval, se apaixonou de novo pelo melhor homem dos últimos tempos da última semana. Esse a balançou, mas seu dedo ruim não se fez de rogado. O cara não queria compromisso. Sofreu, chorou e deu a volta por cima. Hoje ri das “bobeirisses” do amor.
Passou com louvor por essa fase conturbada. Agora se afirma como mulher e não teme as decepções da vida. Pensou em se matar algumas vezes, descobriu que a mãe é a melhor amiga que poderia ter e deu um basta nos “macho alfa” – homens que se consideram o rei da cocada preta. Admite que o grande problema que enfrenta em seus relacionamentos é a falta de reciprocidade. Tem o pequeno defeito de sempre amar demais. Mas não perde as esperanças. Como na sua tatuagem, acredita que no fim as coisas se acertam e a vida se alinha, mas quanto ao futuro diz “O meu futuro é duvidoso...” – não perdeu a veia musical.
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