terça-feira, 23 de agosto de 2011

inspiração não é luz. é treino.

Um sorriso acanhado, uma timidez controversa
Noite quente de inverno, querendo aquecer um solitário coração
Nuvens da Lapa não podem te proteger de uma ensolarada promessa de desejo inesperado
Trilhos descarrilham de nervosismo rumo a Santa Teresa
Saudade só existe no bom e velho português
é o sentimento nas horas vagas.
Em mares profundos me lancei, como um mergulhador desbravador
Jogado ao deus dará em fortes correntes oceânicas
Desprotegida em tormentos com ondas e tempestades
Lua reluzente,
nua novamente.
Sobre colchões de cabelos
em um emaranhado de sorrisos
a nomenclatura da felicidade duradoura
até o primeiro raio de chuva surgir
vai o corpo, fica a alma
Esse soul que embala os sentidos
e transparece no olhar
visível até aos mais despreocupados
O bonde desce levando toda a graça
Misturando-se ao caos de vozes e humanos
quero a minha paz de volta
dentro da caixa
que esconde portas que abrem sozinhas
e janelas que transpassam um frio excitante
que logo serão esquecidas
por um surto de calor.
Culinária, cinema, artes, política
os meios justificam o fim
que mal se sabe por onde começou.
E quem se importa?
No fundo todos somos um composto de vontades
enganados por ideais trôpegos
resignados a coincidências, destinos e outras desculpas absurdamente esfarrapadas
estagnados pela etiqueta, moral e bons costumes
quero um espírito livre
com o coração enlaçado
porque o autoritarismo romântico é necessário.
Após toda a resistência
quem diria
a Lapa voltou a ser o meu refúgio.
Mais um pouco, caio em um reduto artístico
que promove o meu contentamento, o meu silêncio
algumas horas de sono
e piadas espontâneas.
Tentativas em vão de pisar no freio,
acelerando cada vez mais,
prejudicial ou não,
deixemos a matemática, as exatas, as probabilidades e estatísticas de lado
e vamos fluir por pedras de paralelepípedos molhadas ao amanhecer
escorregadias pelos belos carvalhos da madrugada
que nos olham através da sua janela
que reflete o que queremos
e revelam a nossa verdade,
desnuda e simples,
amargurando sempre o mesmo anseio explícito:
a expectativa ávida do próximo encontro.

Um comentário:

Mariana Incerti disse...

Ester, que coisa lindaaa!!
Muita felicidade, amor e paixão pra você e Davizinho!

Beijos :)