quarta-feira, 24 de março de 2010

sem título.

E sem inspiração. Mas meu cérebro está enviando sinais, implorando para que eu escreva algo, mesmo que esse algo não signifique nada. São 14h51, eu estou aqui com uma leve dor de cabeça, minha mãe sem falar comigo, minha amiga com crise no namoro, um calor infernal, as aulas rolando e eu matando todas. Quero sair para dançar, eu quero Lapa, quero sexta feira... E hoje ainda é quarta. Queria dormir até lá sem interrupção. Dormir e ter uma infinidade de sonhos bons. Hoje eu acordei com uma vontade forte de abraçar minha mãe e, quando ela apareceu na porta do quarto, eu estiquei os braços e assim ela veio para me dar um forte abraço. Senti vontade de chorar.
E chorei.
Chorei na hora do almoço.
Chorei ao escutar a voz da Thaís ao telefone.
Minha mão fica com raiva quando eu choro sem motivo, Thaís me xinga dizendo que eu sou sempre uma pessoa alegre e não gosta de me ver estranha e triste.
Eu não estou triste. Pelo menos não tenho motivos para estar assim. Eu queria apenas um pouco de paz de espírito. Eu tenho pensado em muitas coisas e essas coisas estão acumulando dentro de mim que até me causam náuseas quando lembro delas.
Dia desses, me perguntaram qual era a melhor sensação do mundo e eu disse que não há nada melhor que a sensação de deitar na cama, sem sono e não ter nada para pensar.

Mas tudo é tão enfêmero, que eu sei que amanhã, muito provavelmente, eu já não estarei assim. Estarei lá, rindo e falando asneiras, como as pessoas gostam.
Meu amigo B. estava triste ontem e me ligou. Uns dez minutos após a conversa, ele mandou um sms dizendo:
"Estava tendo um dia horroroso até te ligar e agora tudo mudou. Obrigado por existir e tornar o meu mundo um lugar melhor"

Eu preciso dizer algo? Quando eu leio uma coisa assim, eu imagino a tristeza como um egoísmo da minha parte. Por que ficar triste e melancólica se isso não faz bem para as pessoas que gostam de mim? Mas ao mesmo tempo eu penso eu vejo o egoísmo delas, que não querem me dar esse direito de chorar e me sentir para baixo. Vocês podem de dar licença? Obrigada.
O fato é que ninguém gosta de ver quem se ama nessa situação e ainda mais quando não se tem motivos. E eu não tenho vergonha de assumir que eu vivo, em parte, para essas pessoas. Que me fazem tão bem.

Tão bem.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Algum problema com a sinceridade?

Eu me faço essa pergunta quase todos os dias e gostaria realmente de achar algumas respostas. Recentemente, duas pessoas ressaltaram que eu sou uma pessoa muito sincera. Até então, eu acreditava que a sinceridade era uma das características mais nobres que um ser humano poderia ter e, justamente por isso, eu não me considerava uma pessoa dotada de tamanha qualidade.

Eu passei acreditar em tais afirmações, quando senti o tom de voz ressentido dessas pessoas. Era uma coisa meio que:

- Nossa, Ester! Você é muito sincera.

E não, como eu esperava que fosse:

- Nossa, Ester! Você é muito sincera!

Entenderam?

Acredito que não, mas quando as pessoas me falaram isso, eu senti que naquele momento um certo rancor, senti que elas não queriam saber a verdade, ou pelo menos a minha verdade, elas queriam apenas que eu falasse o que elas queriam escutar.

Todo mundo, eu disse, TODO mundo mente. Eu não sou diferente de ninguém, sou apenas mais sincera que as outras pessoas. Quantas vezes, amigas super empolgadas viraram e perguntaram:

- E aí, gostou da roupa?

E eu:

- Gostei, está maneiro.

Gente, se estivesse bom mesmo, eu falaria:

- Nossa! Que linda! Está muito maneira a roupa!

A diferença é que a minha mentira é perceptível aos ouvidos e principalmente aos olhos das pessoas. A minha boca diz, mas o resto do corpo não obedece aos sinais do cérebro. Esses dias estava conversando com a minha mãe sobre a minha primeira mentira relacionada a namoradinhos. Eu devia ter uns 13, 14 anos e disse aos meus pais que ia ao cinema no shopping perto da minha casa com uma amiga. Como tinha que acontecer, meu celular ficou sem bateria e minha mãe, querendo falar comigo, ligou para a tal amiga que, inocente, me entregou dizendo que não tinha ido a lugar nenhum. Como eu era uma criança, meu pai me buscou e, esperto como sempre foi, assim que eu entrei no carro, ele perguntou:

- Ué! Cadê a Ana?

Eu, metida a malandra, falei:

- Já foi embora.

Eu já imaginava que ele fosse fazer aquela pergunta porque ele sempre dava carona a essa minha amiga e o pai dela fazia o mesmo comigo. Mas eu gelei quando ele virou e falou:

- Mas a sua mãe ligou para ela e ela disse que não tinha ido ao cinema com você.

Puta merda! Eu pensei. Mas ali eu não tive outra escolha a não ser mentir até a morte.

Chegando em casa, eu tratei logo de subir para tomar banho e não ter que repetir a história para a minha mãe - para também não cair em contradição - e, quando estou subindo a escada, minha mãe rindo, falou:

- Ester, eu sei que você está mentindo, porque quando você mente, você enfia o dedo no nariz para tirar meleca.

E não é que meu dedo estava enfiado dentro do nariz?

Bem. Eu acho que nesse dia, eu vi que a verdade pode até ser ruim, mas o pior mesmo, é sustentar uma mentira e fazer com que as pessoas acreditem nela. Na realidade, mentir é algo muito trabalhoso e elaborado. Vale mais a pena falar a verdade porque quem vai se dar ao trabalho de causar as consequências são os outros.

Depois que eu cresci, eu passei a ser mais intolerante com as mentiras porque, na maioria das vezes, elas são desnecessárias. Tudo bem se você vira para o seu chefe e diz que chegou atrasada por causa do engarrafamento, enquanto na realidade, você perdeu a hora. Isso não vai afetar em nada a vida de ninguém, é uma mentira saudável. Agora, você some dois dias no carnaval, enquanto a sua namorada te liga freneticamente e depois você diz que estava de cama, doente e ainda atua de maneira para que ela se sinta mal por não ter estado do seu lado (porque eu no lugar dela me sentiria assim), é o Ó do borogodó, amigo!

Tratando-se de relacionamentos, eu fico ainda mais chateada. Eu sempre fui liberal, nunca fui de prender namorado, nunca perguntei "posso?" ou me senti no direito de liberar "pode". Eu sou a favor da liberdade, então, se mentir para mim e eu descobrir, eu até posso dar uma segunda chance. Agora, mentiu de novo amorzinho, pode dar adeus e pegar as suas coisas, porque eu não tatuei "idiota"no meio da testa, como você pensa.

Se você tem consideração pela minha pessoa, por menor que ela seja, tente ser verdadeiro. A verdade dói? Sim, talvez uma cólica menstrual. A mentira está para um tiro no joelho.

Tem muitas outras coisas que eu gostaria de escrever, mas vou deixar isso para um outro dia. Eu poderia dizer que ia sair para beber ou dançar com os amigos, mas como eu sou "sincera" e a sinceridade é, às vezes, humilhante, eu afirmo que tenho um encontro marcado com a cama.

That's all folks

domingo, 14 de março de 2010

Continuando...

Nossa! Quantas coisas (ruins) aconteceram desde o meu último post! Em relação ao número 1, nossa! Ele está virando passado de novo. Mas também, não estou ligando. Só quero dizer que estou cansada, o ser humano está me deixando doente, enjoada. O número dois saiu agora. Eu admiro as pessoas que vivem relacionamentos autodestrutivos, mas isso não significa que eu queira viver um. O safetycar está na pista, até que que o estrago causado seja resolvido, mas a corrida não pode parar. Se até o Michael Schumacher voltou, eu também posso.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Dar uma segunda chance ao outro ou a si próprio?

Antes de tudo, eu gostaria de dizer que sofro de "escrita compulsiva"- expressão inventada agora por mim - ou seja, tenho sérias dificuldades em parar de escrever ou ser objetiva, quando estou envolvida em um texto. Mesmos com textos inúteis como esse abaixo. Ah! Eu também não vou reler o texto, então desconsiderem erros de gramática e de concordância.
***
Esse questionamento surgiu de forma inesperada durante o meu banho (sempre!). Enquanto ensaboava o corpo, fiquei pensando na minha medíocre vida sentimental e como eu sou complicada, confusa, volúvel e racional. Nesse exato momento da minha vida, ano de 2010, eu resolvi dar uma certa chance a duas pessoas diferentes, que foram afastadas da minha vida por motivos também diferentes: um eu expulsei, via torpedos e e-mails - eu achava que ele não dava a atenção que eu merecia - e o outro me sacaneou bonito, no ápice da paixão, tesão, etc e eu o coloquei para correr!
Esses dois casos, eu poderia dividir em 3 capítulos: o início, o fim e o retorno. O início não vem ao caso contar, mas posso dizer que meu envolvimento com ambos foi muito intenso e feliz -enquanto durou, é claro. O fim foi uma dureza danada, com o primeiro eu chorei, chorei e chorei. Podem acreditar, eu consegui chorar o tempo todo durante durante o trajeto da minha casa até o meu antigo estágio, que durava em média uma hora e pouca. Foi o surto final. Quando eu falei 'ou fode ou sai de cima'. O pior foi que eu sequer perguntei, falei que não queria mais e ponto final. Vendo ontem o primeiro espisódio de Sex and the City, eu vi que minha situação era muito parecida com a da Carrie Bradshaw: eu sempre fui aquela 'mulher' segura, que nunca havia se apaixonado e, quando o cupido finalmente me flechou, eu não sabia lidar com toda aquela situação, com aquela maré de sentimentos. Já com o segundo, foi uma situação bem mais delicada. Foi bem rápido e louco: com duas semanas eu já estava bem apaixonada e acreditava que ele também estivesse, até eu viajar, ficar uma semana fora e na volta descobrir que nesse pequeno intervalo de tempo, ele começou a namorar outra pessoa. Quando ele disse isso para mim, eu agi com toda a minha frieza natural, embora eu tivesse vontade de socar a minha cabeça na parede de tanto ódio - de mim e, principalmente, dele. Naquele mesmo dia, eu prometi a mim mesma que ia fazer de tudo para que ele se arrependesse. Com a minha determinação para coisas estúpidas e desnecessárias, eu consegui. Eu teria soltado fogos se não tivesse acontecido um imprevisto: eu me envolvi de novo.
Aí começa o último capítulo da história: o retorno. Quando eu resolvi, enfim, me permitir ser hipócrita, tendo total consciência disso e dar essa chance ao vacilão (Viva a Perlla! hahahaha!), eu voltei a falar com o primeiro. Resultado: eu embaralhei o meio de campo de novo. Agora eu não sei o que eu quero, se eu quero e, principalmente, quem eu quero. Eu acho que quero os dois, porque de uma certa forma, um completa o outro. Mas eu sou preguiçosa e sincera demais ao ponto de não conseguir manter as duas relações. Mas uma coisa eu sei: o segundo está na frente.
Bem, voltando ao banheiro, eu fiquei pensando nessa minha concepção de segunda chance. Em relação ao primeiro, eu descobri que estou dando essa segunda chance a mim mesma e não a ele. Mas confesso que estou arrependida: eu assumi os meus erros, ele assumiu os deles e as coisas estão do mesmo jeito que estavam no início do ano passado. Eu vi que algumas pessoas têm noção dos seus próprios erros mas são incapazes de agir. Tem um filme passando de novo na minha cabeça.
Dr. Gregory House disse uma vez: - People don't change. Eu concordo em gênero, número e grau, quando se trata de caráter, mas isso não impede que as pessoas mudem suas atitudes. Apesar de todo o meu sarcasmo e ironia, eu me considero uma mulher bastante ingênua no que se diz respeito a assuntos amorosos. Mas eu sou inteligente o suficiente para saber que pau que nasce torto, nunca se endireita.
Então é para você, querido número um, meu primeiro amor, que eu canto:
"(...)Agora não vou mais me enganar
não quero mais sofrer, não dá.
Se o teu desejo era me ver,
se deu vontade de saber
se estou feliz, até posso dizer que sim
o teu reinado acabou,
chegou ao fim.
Eu não nasci para você
e nem você para mim."
A menos que você me prove o contrário, eu serei sua. Enquanto isso você é retardatário do meu adorável cafajeste.