sábado, 12 de março de 2011

Isso é uma indireta.

eu cometo atos impensados
e sinto um apavorante vazio em meu peito
eu e os meus fantasmas
angústia, ansiedade, orgulho
eu ajo de maneira comedida
sendo covarde comigo mesma
privando- me de um presente
iludindo- me com algum futuro
como se fosse possível montar uma escala de sofrimento
e não entender que sofrer menos já é sofrer
e me pergunto "por que não?"
e a seguir "e por que sim?"
então, perco o fio da meada sem chegar a lugar algum
o meu querer devia ser levado mais em conta
mas essa racionalidade me ataca como um inimigo em guerra
não há nível etílico que me tome
nem argumentos freudianos sobre o inconsciente
que movam os meus dedos
rumo à realização dos meus desejos
é como se houvesse algum bloqueio em meu cérebro
como se metade de mim fosse oriental e a outra metade, ocidental
abdicar-me em busca de alguma ideologia,
ou entregar- me aos prazeres efêmeros sem nenhum questionamento
minha mente é comunista
meu corpo, capitalista
essa é uma luta que travo comigo mesma
e não há vitória
até que eu supere e dê início a uma nova batalha
sim, eu complico, embaraço e dificulto
a objetividade é algo complexo nessas situações
mas essa complexidade está na minha cabeça
então, se você -
é, você mesmo G. -
ler isso
eu peço apenas que não me questione
e simplesmente diga um Oi
para acalentar minh'alma
e acalmar o meu espírito inquieto
tão necessitado de aventura.